Naquele tempo, 46enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo”. 48Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” 49E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. 50Pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. - Palavra da Salvação. - Glória a vós, Senhor.
Reflexão
Vemos neste texto de que JESUS é interrompido de um
sermão por alguém que diz: A sua mãe e os seus irmãos estão lá fora e querem
falar com o senhor.
O que Ele disse quando foi informado que Sua mãe e
Seus irmãos estavam ali, nesta ocasião, parece consistir em desprezo aos seus
familiares, mas na realidade o significado é mais profundo do que
isso.
Ao declarar que todo aquele que faz a vontade de Deus
é a Sua família, Ele não estava renunciando à Sua família segundo a carne. Como
filho mais velho, Ele continuou a cuidar do bem estar da Sua mãe. Isto foi
comprovado quando, ao dar a Sua vida na cruz, Ele passou essa responsabilidade
ao discípulo a quem ele amava.
Simplesmente Jesus define claramente que o parentesco
de ordem humana, seja a mãe, os irmãos ou irmãs que ele tinha, não tem qualquer
significação no Reino de Deus.
O relacionamento mais chegado do Senhor Jesus é com o
Seu Pai, que está nos céus, o próprio Deus Pai. O único “parentesco” permanente
que Ele pode ter é de ordem espiritual - e é com aqueles que fazem a vontade de
Deus. A estes, Ele chama de meus irmãos.
Deixando de lado os laços sangüíneos, representado
pelo parentesco segundo a carne com sua mãe e seus irmãos, o Senhor Jesus
passará agora a ampliar o Seu ministério a todos aqueles que O receberem, sem
distinção entre judeus e gentios. Não se dará mais exclusividade a Israel,
devido à sua incredulidade e rejeição.
O relacionamento segundo a carne passa a ser
inteiramente superado por afinidades espirituais. A obediência a Deus é agora o
fator predominante e definitivo para estabelecer tais afinidades, sem outra
distinção qualquer.
O mesmo se aplica a todo aquele que recebe Cristo
como o seu Senhor e Salvador. Ele disse: Se alguém vem a mim e ama o seu pai,
sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida
mais do que a mim, não pode ser meu discípulo. Nosso relacionamento espiritual
com Cristo produz um vínculo maior do que nosso parentesco de sangue.
Um aspecto muito importante que deve ser esclarecido
é sobre os irmãos de Jesus. Há dias uma das assíduas comentadoras da homilia
diária perguntava sobre este aspecto.
Os irmãos de Jesus, como fica claro pelo próprio
texto bíblico, eram filhos de Alfeu e sua esposa, e não de José e Maria. A
dúvida sobre se Maria teve outros filhos só revela a Em diversos lugares o
Evangelho fala desses ‘irmãos’. Assim, S. Marcos e S. Lucas referem que ‘estando
Jesus a falar, disse-lhe alguém: eis que estão lá fora tua mãe e teus irmãos que
querem ver-te” (Mt 12, 46-47; Mc 3, 31-32; Lc 8, 19-20; e também em Jo 7,
1-10).
Toda a pessoa que pergunte sobre os irmãos de Jesus
somente revela a sua ignorância da própria Bíblia. Até porque as línguas
hebraica e aramaica não possuem palavras que traduzam o nosso ‘primo’ ou
‘prima’, e serve-se da palavra ‘irmão’ ou ‘irmã’.
No Antigo Testamento encontramos e sobretudo em Gn
37, 16; 42, 15; 43, 5; 12, 8-14; 39, 15), sobrinhos, primos irmãos (1 Par 23,
21), e primos segundos (Lv 10, 4) - e até ‘parentes’ em geral (Job 19, 13-14;
42, 11). Há muitos exemplos na Sagrada Escritura. Lê-se no Gêneses que ‘Taré era
pai de Abraão e de Harão, e que Harão gerou a Lot (Gn 11, 27), que, por
conseguinte, vinha a ser sobrinho de Abraão. Contudo, no mesmo Gênesis, mais
adiante, chama a Lot ‘irmão de Abraão’ (Gn 13, 3). ‘Disse Abraão a Lot: nós
somos irmãos” (Gn 14, 14). Jacó se declara irmão de Labão, quando, na verdade,
era filho de Rebeca, irmã de Labão (Gn 29, 12-15).
No Novo Testamento, fica claríssimo que os ‘irmãos de
Jesus’ não eram filhos de Nossa Senhora. Os supostos ‘irmãos de Jesus’ são
indicados por S. Marcos: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de
Tiago, e de José, e de Judas e de Simão e não estão aqui conosco suas irmãs?”
Tiago e Judas, conforme afirma S. Lucas, eram filhos de Alfeu e Cleófas: ‘Chamou
Tiago, filho de Alfeu… e Judas, irmão de Tiago” (Lc 6, 15-16). E ainda: “Chamou
Judas, irmão de Tiago” ( Lc 6, 16). Quanto a ‘José’, S. Mateus diz que é irmão
de Tiago: “Entre os quais estava… Maria, mãe de Tiago e de José (Mt 27, 56). Em
S. Mateus se lê: “Estavam ali (no calvário), a observar de longe…., Maria
Mágdala, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu”. Essa
Maria, mãe de Tiago e José, não é a esposa de S. José, mas de Cleofas, conforme
S. João (19, 25). Era também a irmã de Nossa Senhora, como se lê em S. João (19,
25): “Estavam junto à Cruz de Jesus sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria (esposa)
de Cleofas, e Maria de Mágadala”. Simão, irmão dos três outros, ‘Tiago, José e
Judas’ são verdadeiramente irmãos entre si, filhos do mesmo pai e da mesma mãe.
Alfeu ou Cleophas é o pai deles.
Da mesma forma, se Nossa Senhora tivesse outros
filhos, ela não teria ficado aos cuidados de S. João Evangelista, que não era da
família, mas com seu filho mais velho, segundo ordenava a Lei de Moisés. Eis um
dilema sem saída para os protestantes, pois os ‘irmãos de Jesus’ são filhos de
Maria Cléofas e Alfeu.
Também decorre uma pergunta: Por que nunca os
evangelhos chamam os ‘irmãos de Jesus’ de ‘filhos de Maria’ ou de ‘José’, como
fazem em relação à Nosso Senhor? E por que, durante toda a vida da Sagrada
Família, apenas conta-se três membros: Jesus, Maria e José?
A própria Sagrada Escritura demonstra que os supostos
‘irmãos’ de Jesus são seus primos e não seus irmãos carnais. Sua afirmação de
que o trecho de S. Mateus tem duas passagens, uma referindo-se à filiação carnal
e a segunda à filiação espiritual fica sem sentido, visto que não conferem com o
texto bíblico. Até porque o parentesco de sangue não é sequer mencionado pelos
seus irmãos nas cartas que escreveram e que se encontram no Novo Testamento,
indicando que não davam valor a isso. Ao invés disso, eles se dizem servos de
Jesus Cristo.
Portanto, Maria, é o templo divino, onde Deus fez sua
morada. Nela, Deus realizou a nova e eterna aliança que é Jesus, trazendo-nos
por meio de Seu Filho a salvação. Maria viveu para Deus, cumprindo sua vontade e
colaborando com Ela na redenção. Hoje celebramos sua apresentação no Templo. Ela
era o templo de Deus, categral iluminada, sonho do Pai eterno.
Fonte: Canção Nova
"Abraços com fé da Comunidade São Pedro"!
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